sábado, 10 de novembro de 2012

A FALÊNCIA DO CAPITALISMO.


Imagem: Filosofia e Tecnologia. 

 No famoso filme TITANIC, há um episódio que chamou a minha atenção. Trata-se do caso do rico empresário que desejava esposar a heroina do filme que afinal escolheu relacionar-se com um rapaz de classe menos abastada para desespero e revolta do rico empresário que presenteou a heroina do filme com um riquissimo colar que tinha uma gema raríssima. um diamante enorme esculpido em forma de coração. Ela no final joga o colar de volta ao mar, e ele nesse momento está lá. Quem quiser pode tentar encontra-lo a muitos metros de profundidade. Esse empresário disse a essa heroina que era muito rico e poderoso e que naquele momento poderia comprar-lhe o que quisesse. Nada era difícil para ele. De fato ele vivia no TITANIC conversando sobre aplicações em bolsa. O mundo em 1918 vivia a euforia dos mercados de ações. Aplicar em ações era um excepcional negócio, porque a economia em crescimento precisava de recursos que vinham dos investidores do mundo inteiro. Esse negócio floresceu e muitas pessoas aplicaram ali todos os seus recursos e julgavam-se ricas e poderosas. Foi uma ilusão em um mercado que ainda não tinha mostrado sua verdadeira face. A face do risco. Era um investimento de risco. Com a crise de 1929, o crack da bolsa, muitas fortunas viraram pó e esse rico empresário que dissera a heroina do fime que tudo podia matou-se, veio ela a saber depois com um tiro na cabeça. Iguais a ele muitas pessoas também mataram-se naqueles dias. Imagino que devem haver poucos desesperos maiores do que o de se ver do dia para a noite despojado de uma condição financeira privilegiada, tornando-se pouco mais do que um mendigo. 


quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Educação e desigualdade

Desigualdade na educação é a causa do grande abismo entre as pessoas. Imagem: Socius non sense.

"A luta por uma educação pública e igualitária deve estar na pauta das lutas políticas nos mesmos níveis das demais lutas sociais e econômicas".

Otaviano Helene

Uma das características mais perversas da sociedade brasileira é a desigualdade de renda. Nas últimas décadas, chegamos a ocupar a pior posição entre todos os países. Mesmo considerando certa melhoria mais recentemente, ainda estamos entre os 12 países mais desiguais do mundo, juntamente com a África do Sul, o Chile, o Paraguai, o Haiti, Honduras, entre outros.

Enquanto entre nós os 10% mais ricos têm uma renda média (familiar per capita) mais do que 50 vezes maior que os 10% mais pobres, nos antigos países socialistas que ainda preservam algumas conquistas sociais (Eslováquia, República Checa e Hungria entre eles) ou nos países que têm ou tiveram recentemente influências socialistas relativamente fortes (como os países nórdicos, por exemplo), essa mesma relação é da ordem de 5 vezes. Mesmo nos países de economia fortemente liberal, EUA entre eles, essa relação está na faixa de 10 e 20 vezes. O que ocorre aqui é simplesmente escandaloso.

Muitos fatores estão na origem dessa situação, entre eles o sistema econômico, a ausência de uma reforma agrária real e efetiva, as heranças do escravagismo, a repressão aos movimentos sociais organizados, o monopólio dos meios de comunicação usados para propaganda das “verdades” que interessam às elites e as políticas educacionais excludentes.
De fato, a educação tem sido um importante instrumento para a reprodução das desigualdades. Vejamos alguns dados que ilustram como e com que intensidade isso ocorre.
Atualmente, três em cada dez crianças abandonam a escola, em definitivo, antes de completar o ensino fundamental e praticamente a totalidade delas vem dos setores economicamente mais desfavorecidos. Como o investimento anual na educação dessas crianças está na casa dos dois ou três mil reais, todo o investimento ao longo da vida pode não exceder os dez ou vinte mil reais. No outro extremo, onde estão os mais ricos, o investimento por criança e por ano pode exceder – e em muito, se considerarmos as escolas de elite e incluirmos cursos de línguas, aulas particulares, material didático, viagens culturais etc. – os trinta mil reais por ano. Ao longo de toda a vida escolar esse investimento pode chegar a meio milhão de reais, ou ainda muito mais que isso.

Essa perversa desigualdade na formação educacional, quando combinada com a dependência da renda de uma pessoa adulta com seu nível de escolarização, fecha um círculo vicioso extremamente perverso. Em valores aproximados, segundo vários levantamentos feitos por especialistas, cada ano de escolaridade a mais de uma pessoa implica em um aumento de renda da ordem de 10% a 20% (variação essa devida à época, à sistemática adotada no levantamento dos dados e aos níveis escolares considerados). A qualidade da educação, por sua vez, medida, por exemplo, pelo nível escolar do professor, pode contribuir com uma diferença de cerca de 50% na renda de pessoas com mesmos níveis de formação educacional.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Consumo voraz!




Círculo do consumismo. Imagem: Portal Ciência & Vida.

A moda e sua velocidade de renovar padrões e tendências é um estimulante para um dos principais esteios do sistema capitalista: a geração de uma cultura de consumo voraz. É o lema do "ter" para "pertencer".

por Tatiana Martins Alméri

A moda atualmente consegue sustentar uma das partes da estrutura do sistema capitalista que certamente faz com que o fluxo financeiro continue em alta rotatividade. A moda consegue garantir que certos produtos fiquem obsoletos em menos de quatro meses, e isso faz com que novas compras sejam feitas e com que o dinheiro seja gasto. Essa configuração ocorre porque as necessidades de consumo estão inseridas no dia a dia das pessoas que fazem parte de uma estrutura global; hoje em dia não basta consumir esporadicamente, o consumo muitas vezes é diário e pode até fazer parte de uma terapia muito utilizada: vou comprar para relaxar.

Esse relaxamento ocorre por uma sensação de saciedade, de necessidade cumprida, ou melhor, de buscas sanadas. Porém, o mais espantoso de tudo é que por um momento a pessoa realmente passa por essa saciedade, a sensação de alívio e, principalmente, de conquista. Mas de onde vem essa sensação se muitas coisas que compramos não estão dentro das nossas necessidades básicas? Nós realmente precisávamos daquilo naquele momento ou ocasião?

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Dos mecanismos da abolição para a servidão voluntária.


Imagem: Guga Arts +.

Na escravidão a compulsão ao trabalho acontece por meio da coerção física e da vigilância. Sendo um processo brutal de dominação por meio da violência para conseguir a sujeição do trabalhador direto.

Já o capitalismo impele o individuo ao trabalho por meio da coerção econômica, pois é um mercado que possui pessoas que não tem nada além de sua própria mão de obra para vender e garantir sua sobrevivência.

Para mover o mercado da escravidão para o capitalismo foi preciso difundir ideologias novas de ética de valorização do trabalho e condenação da vagabundagem. O trabalhador livre surge no Brasil por meio tanto da coerção violenta como da transformação cultural e do uso de mecanismos de controle social da classe trabalhadora típicos de uma sociedade capitalista. 

Mas quais eram esses mecanismos?

Podemos citar as praticas coercitivas puras, como a prisão, os castigos ou a condenação à morte se obtinha o controle, mas sem desses meios vivia os mecanismo capitalista de formação das massas trabalhadoras. Havia também a religiosidade como veículo ideológico da acomodação e ajuste dos indivíduos às posições que ocupam na sociedade. Outra forma de coerção, mais ou menos explicita impostas pela elite eram os códigos de posturas municipais prevendo em suas legislações preservar, fiscalizar e reter a mão-de-obra servil que progressivamente ia se libertando da escravidão.  

A principio as cidades iam tornando os escravos em artesãos que até então era a força bruta. Esses centros urbanos transformaram-se em espaços preferenciais da regulamentação ao longo prazo de todo o processo de formação do mercado de trabalho livre.
As elites formadoras do modelo capitalistas procuraram sempre relacionar o escravo fugitivo com a figura do vagabundo e do homem que abandonava sua razão de ser: o trabalho. Deixando bem claro que a ociosidade era algo condenável. Tornando desclassificado o trabalho ocasional e irregular, o biscate, o crime e o vício ao trabalho disciplinado. Procurando sempre associar o escravo fugitivo a prática do roubo para sobreviver inculcando na população o mecanismo de controle social sobre os escravos fugidos, incentivando a delação, punindo os coniventes e gratificando os delatores.

A necessidade da ordem instituída, uma vez que nos centros urbanos se concentravam, como se viu, negros de ganho ou de aluguel, negros forros e escravos domésticos, no meio dos quais poderia se diluir ou passar despercebido aquele que se evadisse.

O comércio ambulante era uma tarefa por excelência os escravos, em suma o comércio ambulante foi um ponto importante de regulamentação do trabalho. Pois o comércio varejista, que se considerava prejudicado pela concorrência dos mascates pedia para que os mesmos fossem tributados.

Em suma era preciso coibir a preguiça e os meios “fáceis” de ganhar a vida, compelindo ao trabalho, de preferência regular e produtivo, honrado e dignificado pela nova ética. Devendo haver um controle do trabalho e dos de todos os aspectos da vida os escravos

domingo, 19 de agosto de 2012

Capitalismo nacional na América Latina

Imagem: Galizacig
Octavio Ianni, demonstra que o malogro da política de desenvolvimento econômico destinada a elaborar um capitalismo nacional na América Latina, levou também ao fracasso da política de interdependência ou capitalismo associado. Esses malogros levaram segundo aponta o autor as instabilidades políticas latino-americanas que culminaram com a deposição de presidentes de várias nações. Nesse mesmo contexto encaixam-se as mudanças nas políticas da econômica da América Latina em relação ao livre comercio principalmente com os Estados Unidos. A problemática da dependência esta ligada diretamente como esclarece Octavio Ianni, a brecha econômica e científico-tecnologica, entre o mundo em desenvolvimento e as nações desenvolvidas. Segundo observado no texto a noção de dependência não substitui a de imperialismo ao contrario uma se desdobra na outra se integrando ambas tanto empírica como teoricamente.
Analisando o imperialismo este sempre esteve ligado às perspectivas oferecidas pela nação dominante, sejam nos processos econômicos e políticos como analisa o autor. Os estudos baseados nesses pressupostos procuram demonstrar a relação capital entre os países industrializados e os produtores de matérias-primas. Com  à atuação dos processos econômicos resultantes da Revolução Industrial levaram ao Capitalismo monopolístico em

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Misericórdia quero, e não sacrifício.

Jesus, um exemplo de bom pastor! Imagem: IELB.

"Eu sou o bom pastor; o bom pastor da a sua vida pelas ovelhas. Mas o mercenário, que não é pastor, de quem não são as ovelhas, vê vir o lobo, e deixa as ovelhas, e foge; e os lobos as arrebata e dispersa." Jo 10:11-12

Quando pensamos em religiões, pensamos em algo que venha nos aproximar de Deus, em algo que nos aproxime de uma espiritualidade perdida no interior de nossas almas. Mas, muitas vezes ao invés disso encontramos questões de interesse puramente financeiros e capitalistas. Atualmente diversas igrejas auto denominadas cristãs tem se aplicado arduamente em técnicas que visam seu crescimento por meio da aquisição de bens financeiros de seus membros. 
Algumas igrejas usam trechos bíblicos sem contexto e levam seus membros a doarem grandes partes de seus salários, para suas instituições financeiras (na minha humilde opinião não há condição de serem chamadas igrejas, pois se aproximam muito mais de bancos) .Seus membros chegam ao ponto de doarem suas propriedades, como casas, sítios e veículos. Só que a questão mais relevante é a mesma que ocorre nos grandes bancos, quem as/os mantém são as pessoas que menos bens possuem, que chegam a deixar de pagar suas contas pessoais para doarem para estas instituições financeiras que se auto denominam igrejas. Muitos fiéis tem sua luz, telefone e água cortadas para sacrificarem para a instituição financeira que diz ser uma igreja. 

Como em qualquer lugar de atuação humana, nessas igrejas existe uma ”elite” de membros que vão até as emissoras de televisão

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Estados Unidos e América Latina: doutrinas, ideários, corolários e os enunciados.

Quais são as reais intenções dos Estados Unidos em relação ao Brasil. Imagem: Plano Brasil.
O historiador Voltaire Schilling nasceu em Porto Alegre, em 1944. Leciona História há mais de 30 anos em diversas instituições de ensino. Em seu livro Estados Unidos e América Latina: Da Doutrina Monroe á ALCA (Editora Leitura XXI, 2002, 144p) ele procura levar seus leitores há uma visão interpretativa das diferenças culturais entre os norte-americanos e seus vizinhos do sul. Fixando as idéias bases que nortearam as relações dos Estados Unidos com a América Latina. Relações estas que ataram o destino dos latinos americanos a um processo de subserviência neocolonial.
Voltaire Schilling aborda as relações entre Estados Unidos e América Latina de forma muito resumida nas idéias bases como: as doutrinas, os ideários, os corolários e os enunciados, não levando em consideração a complexidade envolvida em cada uma destas idéias que envolvem contextos temporais e regionais. Do mesmo modo que enfatiza a admiração dos latinos pelo sucesso dos Estados Unidos o autor nos mostrar o ressentimento com as constantes intromissões dos mesmos nos assuntos da América Latina, demonstrando uma plena lucidez sobre os fatos que envolvem os interesses dos Estados Unidos e suas intervenções.
O autor aponta a questão religiosa como grande barreira de desenvolvimento para a América Latina, de maioria Católica. Em contra posição a Anglo-saxã, de maioria protestante. Colocando deste modo um ponto de vista religioso, pois os Católicos tem por primazia o espiritual e no protestantismo o espiritual pode andar lado a lado com o material. Crendo o mesmo ser este um dos motivos do melhor desenvolvimento dos Estados Unidos em relação ao restante da América Latina Católica.
Apontando de forma variada no decorrer dos séculos os interesses dos Estados Unidos em substituir o domínio colonial europeu pelo seu domínio imperialista por meio da criação de Doutrinas, Regras, Estatutos e Leis (Destino Manifesto, Doutrina Draco, Doutrina Monroe dentre outras) para controlar as nações latino-americanas recém-emancipadas, mas esquecendo-se que estas nações foram deixadas em situação de pleno abandono pelas metrópoles deixandas a mercê dos interesses comercias e expansionistas norte-americanos.
Deste modo as guerras travadas pelas oligarquias locais incentivaram ainda mais a presença ianque, pois como esquece de relatar o autor, deixava claro para os interessados a total desordem deixada pelos colonizadores europeus diante de suas colônias e levava os Estados Unidos como cita Schilling a “acreditar” ter uma “missão civilizadora” a cumprir nesse vácuo político-social.
Vemos nas palavras do autor um pequeno mas importante ponto que fica de fora sobre a questão cubana. Cuba sempre foi vista pelos ianques como uma continuação do litoral norte-americano e deste modo sempre sofreu intervenções dos mesmos para mantê-la como tal. Primeiro expulsando os espanhóis e depois lutando contra os nativos para manter o estado cubano como um mero satélite de Washington. Foi diante dessa situação que a Revolução cubana se desencadeou, não tendo opção, pois de um lado estava à Espanha colonial e do outro os Estados Unidos imperialistas, Fidel e seus revolucionários procuraram refúgio nas idéias comunistas da URSS, onde encontraram apoio para manter sua dignidade com independência política, mas com apoio internacional vindo de Moscou.
No decorrer do livro o autor demonstrar que caberia aos Estados Unidos manter a ordem na América Latina, como esta nas entrelinhas da Doutrina Monroe, e desse modo manteria afastada as intervenções européias. Podemos ver até nos dias de hoje que isto ficou somente no papel, começando pela Guerra das Malvinas, podemos citar várias intervenções de interesses europeus diretamente ou indiretamente pelos Estados Unidos serem impostos na América Latina.
A política norte-americana de intervenções militar reafirmam seu poder na região no inicio da Primeira Guerra, usando como sempre a proteção dos interesses dos Povos da América em relação aos europeus.
Um fato a destacar na obra de Voltaire Schilling é seu ataque ao revolucionário mexicano Pancho Villa, que atuou como guerrilheiro durante a Revolução Mexicana. O autor indaga que “comandou terríveis cenas de vandalismo e assassinatos”. Desse modo tenta manipular a opinião do leitor, pois Pancho Villa é considerado até hoje um dos grandes heróis da Revolução Mexicana, contra os interesses estrangeiros e de governos vassalos como era o do México. Um homem em guerra que merece ser lembrado pela dedicação aos interesses dos agricultores mexicanos que morriam de fome enquanto seu governo vassalo engordava os cofres de Washington.
Durante a Grande Depressão vemos os Estados Unidos tomar uma posição mais moderada em relação aos vizinhos, criando a política da “boa vizinhança”, mas com a Segunda Guerra as portas, Roosevelt, não hesitaria em intervir caso os latinos se posicionassem favoráveis ao Eixo. O autor nesta parte do texto deixa de avaliar uma questão histórica importante que corresponde as intenções ianques de invadir o Brasil pelo nordeste, caso este tomasse posição contraria aos seus interesses.
Os Estados Unidos investem em regimes militares na América Latina para manter sua hegemonia, mas isso acaba quase se tornando uma faca de dois gumes, pelas simpatias que os mesmos apresentaram ao Nazismo e Fascismo.
Schilling afirma que o principal temor norte-americano em relação ao Eixo e a Alemanha Nazista eram comerciais, mas esse fato não tem bases, pois diante de uma clara política racial e imperialista por espaço vital duvido que os ianques estavam realmente apegados a esse temor como motivo principal. Mesmo sendo Hitler uma alternativa econômica interessante para os regimes latino-americanos.
A Segunda Guerra elevou os Estados Unidos a uma nação globalizada com tropas por todo o mundo, expandindo desse modo seu controle econômico e político. Mas no final da Segunda Grande Guerra ligou em parte os países latino-americanos definitivamente aos norte-americanos, pois após a guerra houve uma seqüência de eventos que levaram a divisão do mundo em dois grandes blocos. Comunistas e Capitalistas, criando aqui na América um enclave comunista chamado Cuba. Fruto do Imperialismo norte-americano e do colonialismo espanhol.
A partir de então os Estados Unidos assume uma postura defensiva contra o comunismo tanto internamente como em relação a toda a América Latina. Não visando unicamente seus interesses como afirma o autor mas também das nações latinas ligadas diretamente a sua economia, por isso a OEA é criada para barrar a URSS e seus interesses nos Estados Unidos e seus aliados latinos.
As ditaduras latinas alimentadas pelos interesses norte-americanos que visavam barrar as revoltas populares e proteger os interesses econômicos ianques, agora também deveriam servir para barrar o “monstro” comunista de Moscou.
Nesse interem a Revolução Cubana aproximou os interesses soviéticos da América Latina para desespero ianque. Mas não como cita Schilling, ao afirmar que a Revolução Cubana teve efeitos semelhantes aos da Revolução Francesa e pela Revolução Russa, pois as ditaduras militares já eram um meio de conter as revoltas populares que prejudicassem os interesses norte-americanos. Com a Revolução Cubana somou-se mais uma ideologia para as ditaduras combaterem em prou de seus senhores ianques. Digam os adeptos do comunismo o que quiserem mas sua aceitação entre os países latino-americanos era pequena e na maioria das vezes por falta de opção oposicionistas em relação às ditaduras vassalas ianques.
Isso é uma ironia, pois o militarismo que havia sido sepultado com o nazi-fascismo em 1945, ressurgia com todo o vigor. Trazendo com sigo velhas técnicas barbarias como a tortura (segundo Schilling advindas da Idade Média). Mas para infelicidade do autor ele esquece de frisar que essas práticas sempre foram empregadas em guerras desde os princípios dos tempos, como o foi na conquista da América pelos europeus, como foi na Revolução Mexicana e como tem sido hoje em Guantánamo, no Iraque e no Afeganistão.
Aproximaram-se das ditaduras militares, por considerara-las “autoritárias” e por tanto com possibilidade de aliança em contraposição consideravam os regimes comunistas “totalitários” e impossíveis de reformar. Criando uma guerra ideológica entre ambos, incentivadas pelas falácias norte-americanas esquecidas pelo autor. Quando esquece de abordar que o armamento inserido nessas ditaduras pelos iaques visava manter um equilíbrio entre as ditaduras latino-americanas e do mesmo modo servir de barreira as guerrilhas comunistas.
Com o fim do comunismo vemos acentuadas as questões do livre comercio e a briga entre a ALCA, que visa à aceitação da hegemonia norte-americana na economia latina e o MERCOSUL, com raízes e interesses no mutuo desenvolvimento latino. Neste ponto o autor deixa de citar que a ALCA, dizem os especialistas, “Beneficia poucos e prejudica muitos”, consiste em um pacote de propostas contra o povo latino-americano e suas conseqüências são fáceis de serem previstas: dependência econômica política e tecnológica, invasão territorial e cultural. Isso sem contar o fato de que os países em desenvolvimento precisariam de altos investimentos para entrar em um mercado econômico tão grandioso como a ALCA. Pois para a infelicidade do autor ele afirma que a ALCA, integraria as três Américas, superando bem mais para o futuro todas as suas diferenças num sistema político econômico comum. Claro todos superados subservientes aos Estados Unidos por meio da “ALCApone” .
Colocando a situação do confronto ideológico e cultural entre as duas Américas vemos que desde sua independência os Estados Unidos tem voltado a maioria de suas pretensões ao domínio dos latino-americanos. Seja por meio de intervenção direta informal, direta formal, armada indireta ou indireta. Visavam sempre afastar os interesses europeus e estabelecer sua hegemonia econômica, militar e cultural junto aos latinos, considerados inferiores e incapazes de se autogovernar de forma segura para os interesses norte-americanos.


Leandro Claudir
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Você quer saber mais?
SCHILLING, Voltaire. Estados Unidos e América Latina: Doutrina Monroe à Alca. Porto Alegre: Ed. Leitura XXI, 2002.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Causas da fome

  É comum dizer que o crescimento populacional é responsável pela existência da fome, assim como as adversidades do clima e do solo. Claro que para muitas pessoas que têm maior responsabilidade no problema – apesar de todos nós termos – é uma posição bastante cômoda, a qual serve para ocultar as verdadeiras causas.

Uma análise detalhada constata que a fome é uma criação humana. Ela existe e maltrata bilhões de pessoas, sendo as principais, crianças. Ao se organizar em sociedade o homem criou uma desigualdade. De um lado, uma minoria rica e de outro, a grande maioria despojada de riqueza. 

Entre as causas da fome o processo de colonização pelos europeus, na América, Ásia e África é genitor para os demais. Ao chegarem nesses continentes introduziram seus costumes e alteraram profundamente, a organização social dos nativos. Exploraram suas terras ao máximo. Implantaram propriedades agrícolas destinadas à exportação. Tudo isso com ajuda do trabalho escravo dos nativos.

Com o desequilíbrio gerado pelos colonizadores, a produção de subsistência caiu e os problemas de subnutrição e fome surgiram.

Os problemas decorrentes da inadequada utilização da terra também pesam na explicação da fome. Os países subdesenvolvidos têm, geralmente, um passado colonial. Dentro da atual ordem econômica mundial, a maioria desses países não conseguiu livrar-se do colonialismo econômico que ainda predomina nas relações internacionais. As suas economias estão estruturadas de forma a atender as necessidades do mercado externo em prejuízo do mercado interno. Dá-se maior atenção a uma agricultura para servir de exportação do que para atender o mercado interno. Em vista disso, ocorre escassez de alimentos básicos para o mercado interno ou o seu preço é tão elevado que dificulta a sua aquisição por grande parte da população de baixa renda.

Consequências da fome

Os efeitos mais comuns causados pela fome, principalmente nos países do Terceiro Mundo, são a desnutrição calórica-protéica (provocada pela falta de calorias e proteínas), as doenças causadas pela deficiência de vitamina A, a anemia (provocada pela deficiência de ferro), o raquitismo (gerado pela deficiência de vitamina D), o bócio e os distúrbios causados pela carência de vitaminas do grupo B.

Todas essas formas de desnutrição, quando não fazem suas vítimas diretamente, facilitam o aparecimento de outras doenças, que acabam levando

O Brasil e a fome

O Brasil é o quinto país do mundo em extensão territorial, ocupando metade da área do continente sul-americano. Há cerca de 20 anos, aumentaram o fornecimento de energia elétrica e o número de estradas pavimentadas, além de um enorme crescimento industrial. Nada disso, entretanto, serviu para combater a pobreza, a má nutrição e as doenças endêmicas.

Em 1987, no Brasil, quase 40 % da população (50 milhões de pessoas) vivia em extrema pobreza. No dias de hoje, um terço da população é mal nutrido, 9 % das crianças morrem antes de completar um ano de vida e 37 % do total são trabalhadores rurais sem terras.
Há ainda o problema crescente da concentração da produção agrícola, onde grande parte fica nas mãos de poucas pessoas, vendo seu patrimônio aumentar sensivelmente e ganhando grande poder político.

A produção para o mercado externo, visando à entrada de divisas e ao pagamento da divida externa, vem crescendo, enquanto a diversidade da produção de alimentos dirigida ao mercado interno tem diminuído, ficando numa posição secundária. Ao lado disso, milhões de pessoas vivem em favelas, na periferias das grandes cidades, como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, entre outras. O caso das migrações internas é um problema gerado dentro da própria nação. Grande parte dos favelados deixou terras de sua propriedade ou locais onde plantavam sua produção agrícola. Nos grandes centros, essas pessoas vão exercer funções mal pagas, muitas vezes em trabalho não regular. Quase toda a família trabalha, inclusive as crianças, freqüentemente durante o dia inteiro, e alimenta-se mal, raramente ingerindo o suficiente para repor as energias gastas. Nesse círculo vicioso, cada vez mais famílias se aglomeram nas cidades passando fome por não conseguir meios para suprir sua subsistência.

Você quer saber mais? 








O que é fome

A fome de que se trata aqui significa a situação em que uma pessoa fica, durante um período prolongado, carente de alimentos que lhe forneçam as calorias (energia) e os elementos nutritivos necessários à vida e à saúde do seu organismo. Os especialistas em nutrição diferenciam dois tipos de fome: a global e a parcial.

A fome global, também chamada fome energética ou calórica, é entendida como a incapacidade de a ração alimentar diária ingerida por uma pessoa fornecer as calorias equivalentes à energia gasta pelo organismo nos trabalhos realizados.

Além das calorias, a alimentação deve fornecer determinados elementos nutritivos – como proteínas, vitaminas e sais minerais – que cumpram a função de restaurar as células, os tecidos e os órgãos de todo o nosso organismo. A falta prolongada de qualquer dessas substâncias na alimentação provoca distúrbios e lesões no organismo, com graves conseqüências à saúde. Essa é a fome denominada parcial ou específica.


A fome no mundo

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