Todos os veículos se esforçam para fazer crer que realmente combatem
essa chaga que se espalhou pela sociedade e setores conservadores da
política brasileira tentam pegar carona como se fossem os paladinos da
ética e da moralidade. Seria cômico se não fosse trágico. Assim como os
corruptos e os corruptores, o quarto poder (imprensa) é uma das peças
dessa engrenagem que movimentam a corrupção em nosso país. A corrupção é
endêmica ao capitalismo, um não vive sem o outro. E como os donos da
grande mídia não propõem uma ruptura com o sistema capitalista,
conclui-se que o discurso propagandeado em defesa da ética é falso, oco e
vazio.
Por isso, o discurso dos comentaristas e o noticiário em geral
têm sempre um enfoque moralista, conservador e não revela o que, de
fato, está por trás e motiva a corrupção. Se observarmos apenas a
revista Veja, por exemplo, que se coloca como instrumento de
combate a corrupção, porém não divulga sua relação promiscua e o quanto
tem faturado com o grupo da Editora Abril ante ao governo de São Paulo,
com publicações didáticas e a pressão para direcionar editais do governo
federal para publicar livros didáticos, que envolvem milhões para a
garantia da sobrevivência dos seus negócios, podemos concluir que o
objetivo de muitos veículos de comunicação não é o de eliminar a
corrupção, mas enfraquecer governos para eleger outros com maiores
acessos aos milhões de reais das verbas publicitárias e
publicações governamentais. A esquerda tem histórico para levantar a bandeira do combate à corrupção, elevar o Estado brasileiro na categoria de verdadeiramente Republicano e garantir a maior transparência, por diversos meios e garantir a participação da sociedade organizada. A corrupção, o crime, e a destruição ao meio ambiente, são inseparáveis do capitalismo. Denunciar, combater os efeitos e eliminar as causas é necessário entender as raízes da corrupção.
publicações governamentais. A esquerda tem histórico para levantar a bandeira do combate à corrupção, elevar o Estado brasileiro na categoria de verdadeiramente Republicano e garantir a maior transparência, por diversos meios e garantir a participação da sociedade organizada. A corrupção, o crime, e a destruição ao meio ambiente, são inseparáveis do capitalismo. Denunciar, combater os efeitos e eliminar as causas é necessário entender as raízes da corrupção.
Não dá para combater a chama sem
combater o circuito que gera a faísca. Uma das causas da corrupção é o
sistema político brasileiro, cuja marca é a privatização do espaço
público. A corrupção é um fenômeno essencialmente político, e não moral
ou cultural, como as elites e a mídia proclamam. Advém de estruturas de
poder que se formam na relação entre Estado e sociedade. A direita
histórica e mantenedora das estruturas do Estado capitalista denuncia a
corrupção apenas para recuperar o poder político, não para eliminar este
mal que persiste na sociedade. É uma atitude que mistura oportunismo,
demagogia e hipocrisia. Como diz o velho ditado popular, “a oportunidade
faz o ladrão”, existiria ambiente mais favorável à corrupção que o
capitalismo? Modelo estruturalmente baseado na apropriação privada das
riquezas produzidas coletivamente. A maior constatação da afirmação que a
direita denuncia a corrupção apenas para querer voltar ao poder e não
para acabá-la é a proposta de financiamento público das campanhas
eleitorais e partidos, totalmente rechaçada pela direita, o que
possibilitaria maior transparência, democratização, inclusive da mídia,
mas insistem em deixar tudo como está, fazendo pressão para retirar esta
proposta da reforma política. O ambiente para esta discussão é
promissor diante do aumento da corrupção e da decadência do capitalismo
no mundo.
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