quinta-feira, 12 de julho de 2012

INJUSTIÇA SOCIAL

Nos meios de comunicação temos colhido informações que nos falam de crianças carentes passando fome e frio, de famílias sem-teto, de desempregados, de má distribuição da renda, etc., deixando-nos aturdidos com tanta “Injustiça Social”.

Na verdade, Injustiça Social nada mais é do que o fato de existir na sociedade situações que favoreçam apenas uma porcentagem (geralmente menor) da população enquanto outra parte fica sem acesso aos meios, essenciais ou não, para o homem.

Ao fazermos a pesquisa, vimos o quanto é abrangente o assunto que nos ficou encarregado. Por isso, no decorrer do trabalho, citaremos alguns dos pontos que faz parte da Injustiça Social.

Fome


Entre as calamidades que, periodicamente, assolam a Terra, destaca-se a fome como remanescente do primarismo evolutivo na área social em que se encontra a criatura humana.

Em uma sociedade civilizada, na qual alguém morre pela fome, o respeito à vida e à dignidade humana desapareceram por completo.

A fome sempre desempenhou papel principal na cultura dos povos, tornando-se célebres por sua hediondez os períodos em que se manifestou no Egito e na Idade Média, várias vezes durante as guerras, particularmente a dos Cem Anos, e que se vem repetindo nos países pobres da África, da Ásia e das Américas, nos tempos modernos.

Numa sociedade justa não poderia manifestar-se com a rudeza destruidora o fantasma da fome, porque o mínimo direito que tem o cidadão é o de alimentar-se.

Mais cruel ainda se apresenta o fenômeno da fome, quando se a pode prever, e, naturalmente evitar, ou, pelo menos, tomarem-se medidas que lhe diminuam a gravidade, atenuando as conseqüências terríveis do rastro de destruição que deixa.

Não apenas é hedionda a morte pela fome, como também são os efeitos lamentáveis dela decorrentes, quais a carência de nutrição do organismo, expressando-se através de problema mental, emocional e orgânico.

O indivíduo com fome torna-se violento e agride, qual ocorre com o animal que sai, esfaimado, à caça, sendo pior naquele que vê a família em estertor agônico, entre a alucinação e o crime, por absoluta falta de pão.

São diversos os fatores que respondem pela fome no mundo, entre os quais: a superfície arável do planeta, que é insuficiente para atender as necessidades humanas; o poder aquisitivo diminuto ou quase nulo do povo; o aumento demográfico sempre surpreendente; o pequeno rendimento de produção por hectare; a dificuldade de transporte para os alimentos; as variações climáticas; os hábitos irregulares e de má formação para a alimentação; e, sobretudo, a avareza humana, o desinteresse dos governos quando insensíveis e gananciosos.

Demonstração de impiedade incomum é a presença da fome na Terra, porquanto o excesso que é desperdiçado daria para minimizar o fantasma do desespero de milhões de criaturas relegadas ao abandono e à morte.

As providências de emergência são úteis, sem dúvida, tendo, porém, um caráter mais de libertação de consciência de culpa, do que mesmo de socorro às multidões desorientadas, cujas fácies desfiguradas assustam os que dormem dementados pelo poder e dissociados da responsabilidade de cumprir com os deveres para com aqueles que os elegeram para as altas funções administrativas, nesse momento temendo que os famintos os derrubem da posição que desfrutam...

Com exceção dos ditadores, que sempre governaram com a criminosa adaga da discriminação, reservando celeiros abastecidos para os soldados que os preservam no comando, tornando-se execráveis, os Chefes de Estados Democráticos têm o dever de evitar a fome ou de recorrer a métodos e técnicas que lhe diminuam os efeitos danosos.

Uma sociedade justa é aquela que vela pelos seus membros mais necessitados, contribuindo com os recursos para elevar os seus cidadãos, oferecendo-lhes as condições a que fazem jus, desde a conquista dos direitos humanos após a Revolução Francesa de 1789, quando a hediondez e a perversidade governamental cederam lugar à liberdade, à fraternidade e à igualdade.

Permanecem, no entanto, ainda hoje, várias condições equivalentes àquelas que os filósofos da Revolução tentaram reverter, e para cujo desiderato alguns deles deram o sangue e a vida, sonhando com o dia em que todos os seres humanos pudessem usufruir, pelo menos, alimentos, habitação, educação, trabalho, saúde, recreação, que ainda lhes são negados.

Em uma sociedade livre e competitiva, não se deve apenas dar alimentos durante as situações calamitosas, mas sim, criar condições para que eles existam e sejam conquistados dignamente, ao invés de oferecidos como esmolas ou ações caridosas, em cujas oportunidades as mesmas se transformam em bandeiras políticas ou estribilhos de exaltação religiosa, exibindo os miseráveis à compaixão social, quando todos merecem, em vez disso, respeito e oportunidade.

A indústria da fome, por outro lado, tem sido mantida para auxiliar indivíduos ignóbeis, que dela se utilizam para ilusórias promessas eleitoreiras periódicas, quando se afirma que será prontamente eliminada.

Conseguidos os fins almejados, porém, a máquina do desinteresse pelo povo continua mantendo-a, a fim de estar ultrajante e mais grave em próxima oportunidade.

Paradoxalmente, os arsenais bélicos dos países desenvolvidos acumulam armas de alto poder destrutivo, que consomem bilhões de dólares anualmente, objetivando a destruição e a morte, quando esse dinheiro poderia ser utilizado para a preservação e o enobrecimento de milhões de vidas, eliminando a fome e as doenças que as espreitam.

Por outro lado, armazéns e silos espalhados pelo mundo inteiro estão abarrotados de grãos, aguardando a aceleração e alta de preços, muitos deles produzindo elevadas despesas, enquanto parte das suas reservas apodrecem ou são devoradas pelas pragas, estimulando as multidões esfaimadas a apelarem para o saque, para a desordem, para a violência alucinada. Em algumas circunstâncias e lugares, são estimuladas por outros interesses, igualmente sórdidos, face à ultrajante medida dos governantes que não tomam providências preventivas nem organizam frentes de trabalho, com a abertura de poços e açudes para reverter a situação na primeira oportunidade, pagando condignamente o esforço rude dos trabalhadores com salários justos e através desses alimentos esquecidos.

Desigualdade no Mercado de Trabalho

Os dados sobre a desigualdade no mercado de trabalho brasileiro confirmam a persistência de velha chaga social. Segundo levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) divulgado na terça-feira, negros e pardos têm menos oportunidades que os brancos.

Os dados sobre a desigualdade no mercado de trabalho brasileiro confirmam a persistência de velha chaga social. Segundo levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) divulgado na terça-feira, negros e pardos têm menos oportunidades que os brancos. As atividades por eles exercidas exigem menor qualificação. Em conseqüência, os salários são mais baixos. Os números mostram retrato de corpo inteiro da enorme injustiça existente no país. Os negros e pardos somam quase metade da população. Nada menos que 46%. Mas o rendimento médio dos que encontram Sudeste. Na região mais desenvolvida do Brasil, os brancos receberam a média mensal de 4,5 salários mínimos em 2001; os negros, 2,3; os pardos, 2,2.

A pesquisa apresenta dado capaz de explicar a disparidade da remuneração. O grupo étnico menos privilegiado encontra ocupação na agricultura, construção civil e prestação de serviços, sobretudo domésticos. São atividades que requerem limitada escolaridade e pouca qualificação.

Forma-se um círculo vicioso. Os não-brancos ganham menos porque trabalham em atividades que remuneram mal. Eles trabalham em atividades que remuneram mal porque lhes faltam condições de disputar empregos que pagam salários mais altos. Sem renda suficiente, ficam impossibilitados de buscar melhor qualificação e, com isso, ascender socialmente. O desnível decorre muito mais da pobreza que da cor.Eis, aí, sem dúvida, o nó que precisa ser desatado para diminuir a injustiça reinante na sociedade brasileira há 500 anos. Políticas compensatórias são bem-vindas no curto prazo. Elas mantêm as crianças nas salas de aula e evitam a entrada precoce de jovens no mercado de trabalho. Mas não constituem a resposta definitiva para o problema. Impõe-se oferecer as condições que permitam à população negra e parda disputar com a branca melhores postos no mercado de trabalho.

O desafio passa necessariamente pela excelência da escola pública. Só com acesso ao ensino de alto nível, à tecnologia de ponta, à leitura diversificada, é possível tornar democrática a disputa pelos bons empregos. Em suma: fortalecendo o elo fraco da corrente, abre-se a possibilidade de diminuir o fosso que separa pobres e ricos.

Você quer saber mais? 








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